O BALANÇO NO MODELO DINÂMICO

Segundo o Modelo, em vez de as instituições financeiras se perguntarem: “se essa empresa fechar as portas o que sobra para nós?”, passaram a fazer outro questionamento: “como fazer essa empresa continuar funcionando e pagando seus compromissos em dia”?

Anteriormente ao Modelo, muitas análises consideravam apenas o aspecto da solvência, medidas pelos indicadores de liquidez (seca, corrente e geral), extraídos do Balanço Patrimonial. O Modelo propôs que esta análise fosse feita através de uma base dinâmica, utilizando-se de um enfoque Dinâmico da contabilidade, onde se destaca os aspectos financeiros de liquidez, privilegiando assim, as análises dos equilíbrios dos fluxos monetários.

A abordagem do Modelo Dinâmico exige a reestruturação do Balanço Patrimonial em seus componentes de curto e longo prazo e por natureza das transações, para então serem extraídas medidas de liquidez e estruturas financeiras que denotam níveis de risco distintos.

Para uma melhor compreensão do Modelo, as contas de ativo e passivo devem ser consideradas de acordo com a realidade dinâmica das empresas, relacionando-as com o tempo, conferindo estado de permanente movimentação e fluxo contínuo de produção. A divisão do Balanço Patrimonial em elementos de curto e longo prazo, assim como seus itens de curto prazo que se acham ligados às atividades operacionais (produção e vendas) daqueles alheios a essas atividades, é o primeiro passo para a implantação do Modelo.

Após a reorganização do Balanço pode–se então relacionar as contas descritas e, a partir disso, calcular os indicadores que são à base do Modelo: Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG) e Saldo de Tesouraria (T).

É importante enfatizar que tais indicadores são extraídos a partir do ciclo financeiro da empresa estudada, demonstrando assim a característica temporal da análise.

Algumas contas, quando analisadas isoladamente ou em relação ao conjunto de outras contas, apresentam movimentação tão lenta que podem ser consideradas como permanentes ou não cíclicas. Outras, em contrapartida, apresentam movimento continue e cíclico bem de acordo com o ciclo operacional da empresa. Existem outras, finalmente, que apresentam movimento descontinuo ou errático, em nada ou quase nada se relacionando com o ciclo operacional.

Para utilizar o Modelo dinâmico ira é necessário reclassificar as contas circulantes do balanço patrimonial, tanto as do ativo como as do passivo, em contas operacionais (ou cíclicas) e em erráticas (ou circulantes financeiras). Já as contas ativas e passivas não circulantes mais o patrimônio liquidam formam as contas permanentes (ou estratégicas). O ativo circulante operacional é o investimento que resulta das atividades operacionais da empresa, como compras, produção, estocagem e venda do produto, enquanto o passivo circulante operacional é a fonte denominada passivo de funcionamento, ou seja, a que decorre das atividades operacionais. O ativo circulante errático representa as contas de natureza financeira como valores disponíveis e aplicações de recursos de curto prazo da organização, enquanto o passivo circulante errático compreende as fontes de financiamento representadas pelos empréstimos bancários, desconto de títulos e outras operações que não estão diretamente relacionadas com o ciclo operacional da empresa.